quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Mulher

Mulher,
Bota pra fora essa dor!
Grita tudo que está em seu peito.
Esse peito que acolhe, que dispõe à luta,
Que amamenta, que se abre em amor e dor.
Mulher,
Deixa cair essa lágrima,
Não se envergonhe da tristeza, da fraqueza,
Do cansaço.
A vida é feita de luz e sombra,
De garra, determinação, atropelos.
E não é fácil reconhecer que dói,
Mas ainda mais cruel é ter que esconder a dor.

A vida tatuou a luta na sua carne,
Mas nem só de luta vivemos.
É preciso tréguas, espaço, aconchego, leveza.
É preciso ser, ser você, ser mulher.

Larga essa capa e essa espada,
Deixa cair essa armadura que te protege e te prende.
Abandona esse peso nos ombros,
Sorri, mulher!
Essa alegria no peito também pode ser sua.
E essa lágrima que derrama pode ser minha.
Compartilha.

Mulher,
Existem mãos, corações, almas no mundo.
Não fique sozinha.
Deixa que o mundo perceba que seu corpo é carne.
Que há sangue derramado
Dos seus, dos meus, dos nossos.
Não chore só.
Junte essa tristeza ao rio que nos precede.
Façamos dele um mar que nos leva além.
Além das dores, dos risos.
Onde sejamos apenas nós
Com dores e amores,

Apenas mulher.

Um comentário:

  1. Belo poema!
    Por que não posta mais no blog? Parou em 2015, escreva mais...

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