quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Porque ir é preciso...

Bom dia!
Começo este texto, escrito, desabafo com essa cordial saudação, mas não se engane, este é um texto de despedida.
Eu preciso ir e vou, só não sei pra onde, não sei ainda se será por vontade própria, mas sei que será doloroso partir. Eu tenho tentado camuflar a dor e dizer de maneira despretensiosa a meus amigos e amigas que irei pra Finlândia, mas a Finlândia é só uma alegoria, poderia dizer Suécia, Islândia, Suíça ou qualquer país que cremos ser mais igualitário. Mas a verdade é que apenas supomos, não creio realmente que seja mais fácil viver em outro país, pois problemas estão em todos os lugares.
Me despeço porque, infelizmente, não há lugar nessa sociedade para mim. Nem adianta dizer que isto é radicalismo, que o mundo está mudando, que estamos construindo algo que daqui há algumas gerações será melhor, etc. Desculpe, isso não basta. Estou falando de racismo mais a vez, estou falando dos arrastões no fim de semana, estou falando das medidas de segurança e dos discursos de Estado sobre essas medidas, estou falando sobre justiceiros e sobre o posicionamento da "sociedade de bem" nas redes sociais, estou falando do meu desespero em ler sobre tudo isso.
Como pode ter lugar para mim nessa sociedade se há menos de um ano uma mulher negra foi presa no Ceará, acusada de ter assassinado uma turista branca italiana, quase sem direito a defesa, apenas porque a justificativa dela para estar no Ceará era estar de férias. Suspeitaram pq ela não tinha álibi, era negra, estava viajando sozinha, passava os dias lendo à beira da piscina e era doutoranda. Eu poderia ser essa mulher, não, eu sou essa mulher, pois amo viajar, viajo muito sozinha, amo ler, sou negra e estou na mesma faixa etária que ela.
Eu quero ter filhos, não vou entrar nos méritos da questão da afetividade da mulher negra, apenas vou tocar em.um ponto: como eu posso pensar em ter filhos nessa sociedade? Eu sou negra, meu filho será negro. Vejam, por favor, como estão tratando as crianças negras. Vejam o que estão supondo ou fomentando no imaginário social sobre as crianças negras! Vejam e façam algo. Porque não é responsabilidade minha lutar contra todo o racismo, contra todo ódio que vem sendo destilado sobre essas crianças, meus futuros filhos, meus irmãos, primos, pai, avô. Eu não tenho escapatória, a não ser lutar contra isso, mesmo que seja pra manter minha família viva. A gente está lutando pra sobreviver e podemos partir a qualquer momento.
Eu tenho irmãos que são meus tesouros, um professor e músico, outro cientista da computação. São negros. No fim de semana que fez o maior frio aqui no Rio de Janeiro , com o coração sangrando eu orientei um deles a não usar casaco de capuz na rua. Homens negros não têm direito a isso. Eu tenho sobrinhos negros, lindos, duas crianças maravilhosas, um de 5 e outro de 7, os dois lindos, cultuadores de orixá e super sensíveis. Tenho dois irmãos que renasceram para o orixá no mesmo "barco" que eu. Um já tem 10 anos e o outro fará 10 no próximo mês. Há pouco tempo o pai de um deles, também com o coração sangrando, orientou ao filho a não manter as mãos escondidas em situação com policiais, uma criança de 10 anos...
Alguém tem noção do que significa para um pai ter que dizer isso ao filho? Alguém tem noção de como ter que fazer isso o feriu? Crianças negras não podem ser crianças, a marca de sua pele nos impõe limites. Homens negros não podem ser apenas homens, a marca de nossa pele nos impõe limites. A Mulher negra, ah... A mulher negra! Além de não podermos ser apenas mulheres, temos que conviver com todas essas perdas, toda essa dor e salvar o que for possível.
Podemos ser violentadas, podemos ter menores salários, podemos ser chacota por conta de nossa cor, cabelo, corpo, riso...
Um agente do Estado mencionou que um jovem não pode sair de São João de Meriti sem dinheiro para passar o dia na praia. Ora, eu saio de São João de Meriti todos os dias, estou, exatamente agora, num tremendo engarrafamento. Alguém sabe quanto eu tenho no bolso?
Então, se saio para trabalhar, para transformar meu esforço, meu conhecimento, minhas habilidades profissionais em moeda, tudo bem. Longe da praia eu posso transitar, mas se eu quiser ir a praia, não?
Quer dizer que ainda hoje a população negra só serve enquanto estiver disponível pra ser moeda?
Que lugar eu tenho?
Eu tenho outros primos, açougueiros, pastores, assistentes administrativos, tenho primos desempregados, tenho irmãos de santo, tenho a mim mesma e essa sociedade não nos quer, nao nos cabe. Para ela, esses homens são apenas um tipo de suspeito padrão e ninguém se importa em discursar da maneira que aumente esse estigma.
São imagens e discursos que vulnerabilizam a população negra.
Eu preciso mesmo ir, porque se não posso amar, não posso ter lazer, não posso ter filhos, não tenho acesso a estudo e trabalho com dignidade (a não ser que eu me esforce dez vezes mais que qualquer pessoa branca) o que me resta?
Meu único direito garantido desde a escravidão é trabalhar, desde que eu não sonhe em sair da pobreza. E é por isso que eu Brigo (atualmente com bem menos forças) com meus amigos dizendo que o problema da justiça social não é econômico. Pois é justamente a economia, o capitalismo, que mantém essas disparidades que nos hierarquizam.
Mas eu cansei de brigar, cansei, gente. Eu preciso ir antes que me matem ou antes que matem o que ainda resta de amor em mim.
Aos que foram tocados por estas palavras, façam algo, não por mim, mas por cada um de vocês, pra erradicar essa doença que nos têm matado a todos e todas. Aos que acharam radicalismo ou bobagem espero que não tenham que aprender da forma mais cruel sobre tudo isso que falo.
Eu não vou entrar em debates, não vou argumentar sobre isso. Hoje, eu só quero partir.
Desejo que alguém aí tenha um bom dia.
22/09/2015

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Cortar ou não cortar? Eu cortei!!!

A importância do corte para uma crespa

Olá, gente linda!!!
Hoje, depois de um ano e um mês do meu  Big Chop fiz meu primeiro corte de cabelo.
Confesso que andava um pouco apegada ao meu crespinho lindo, aliás, apegada como nunca fui quando ele era quimicamente tratado, mas de um tempo pra cá vinha tendo dificuldade para me encontrar com o corte que escolhi.
É claro que é importante e maravilhoso acompanhar o crescimento do nosso cabelo, vê-lo se desenvolvendo com volume e respondendo aos tratamentos que fazemos com tanto carinho, mas o corte é o que dá forma ao cabelo e faz o Black parecer ainda mais divônico.
O cabelo sem corte e sem forma fica mais difícil de arrumar. Nos últimos tempos me vi sempre recorrendo a altas estratégias para deixar o cabelo como eu queria. Grampos, malabarismos na hora da secagem, mas percebi que o problema era um só: o cabelo cresceu e saiu do formato do corte e, por mais que eu queira que ele ganhe tamanho, volume e fique divônico, isso não aconteceria se eu não abrisse mão de alguns milímetros.

Sim, milímetros! Porque se tem uma coisa que o crespo tem de bom é a facilidade de incorporar as formas que quisermos.
Então, marquei com a minha super terapeuta capilar Marília Gabriela, disse a ela que queria tirar alguns milímetros (rsrs) pra o Black voltar para a forma e aí está ele...




Coisa que acho importante antes de ir ao salão:
  1.       É importante que vc se sinta confortável para cortar;
  2.      Há uma série de imagens de cortes para crespas de todo tipo no Google e, além disso, tem um monte de crespas com blogs, com páginas no Facebook e canais no youtube, então, inspire-se, use as ferramentas de busca e escolha o corte que deseja.
  3.       Saiba que alguns cortes ficam melhor em determinados tipos de rosto e que texturas diferentes de cabelo revelam diferentes resultados de corte, portanto, escolha um corte que case com a textura do seu cabelo e dialogue que sua cabeleireira antes de cortar.
  4.    Escolhido o corte e conversando com o profissional, é hora de discutir sobre a técnica de corte, cada profissional tem uma, mas o corte à seco é o ideal para nossa textura de cabelo, porque assim vc corta e sabe exatamente do tamanho que o seu cabelo ficará depois de finalizado. Dica da Gabi.


Depois dessas dicas, é só dYvar. Percebam que com meu corte, eu não perdi muito tamanho, o formato está mais visível e eu mais feliz. Portanto, gata, escolhe sua forma e divirta-se. 

Bjs da Pretricinha!

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Mulher

Mulher,
Bota pra fora essa dor!
Grita tudo que está em seu peito.
Esse peito que acolhe, que dispõe à luta,
Que amamenta, que se abre em amor e dor.
Mulher,
Deixa cair essa lágrima,
Não se envergonhe da tristeza, da fraqueza,
Do cansaço.
A vida é feita de luz e sombra,
De garra, determinação, atropelos.
E não é fácil reconhecer que dói,
Mas ainda mais cruel é ter que esconder a dor.

A vida tatuou a luta na sua carne,
Mas nem só de luta vivemos.
É preciso tréguas, espaço, aconchego, leveza.
É preciso ser, ser você, ser mulher.

Larga essa capa e essa espada,
Deixa cair essa armadura que te protege e te prende.
Abandona esse peso nos ombros,
Sorri, mulher!
Essa alegria no peito também pode ser sua.
E essa lágrima que derrama pode ser minha.
Compartilha.

Mulher,
Existem mãos, corações, almas no mundo.
Não fique sozinha.
Deixa que o mundo perceba que seu corpo é carne.
Que há sangue derramado
Dos seus, dos meus, dos nossos.
Não chore só.
Junte essa tristeza ao rio que nos precede.
Façamos dele um mar que nos leva além.
Além das dores, dos risos.
Onde sejamos apenas nós
Com dores e amores,

Apenas mulher.

sábado, 25 de julho de 2015

Afetividade da Mulher Negra - Somos Todas Rainhas

Oi gente!!!

Ontem eu publiquei um vídeo mas o áudio ficou péssimo, houve algum problema entre a pretricinha aqui e a máquina na hora da edição, (RS).
O vídeo fala da importância do dia de hoje, 25 de Julho, para as mulheres negras. Hoje é o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha e é importante fazer desse um dia de reflexão e luta, já que as discussões que são importantes para as mulheres negras especificamente, nem sempre estão na agenda mais amplas do movimento feminista em geral.
Pois bem, eu me tentei reescrever um texto, em primeira pessoa. Usei e ideia e algumas frases do poema da Giselle dos Santos chamado “Somos Todas Rainhas” e os escrevi a partir da minha própria perspectiva e fazendo isso, gostaria de incentivar que cada uma de vocês pensem em suas próprias histórias, nas mulheres negras que as antecederam e nas que continuarão por aqui depois que nós partirmos. Que mensagem e herança iremos deixar?
Gostaria que os homens também refletissem nessa perspectiva.
Mas antes disso tudo começar, eu havia preparado um vídeo sobre o tema que tem sido bastante solicitado e comentados em conversas fora da página e não há um dia mais pertinente para falarmos de Afetividade da Mulher Negra:


Sem mais delongas, deixo aqui o texto que reescrevi e ao final o link para que tenham acesso ao texto da Giselle dos Santos e mais um pouco sobre as Rainhas histórias citadas no poema.
E para saber mais sobre o 25 de Julho, deixarei um link com um documentário que fala da importância dessa data.

Reescrito de Somos Todas Rainhas, de Giselle dos Santos, por Nany Kipenzi Vieira.

NOSSOS PASSOS VÊM DE LONGE...
Porque... Eu sou Nzinga, sou uma rainha e lutei contra a escravidão...
Eu sou Carolina Maria de Jesus, escrevo a minha própria história...
Eu sou Aqualtune, sou uma princesa quilombola...
Eu sou Chica da Silva, enfrentei a sociedade machista e racista
Eu sou Darcília Gomes de Souza,
Mulher altiva e valente que sai de Macaé, lá na longe cidade de Campos dos Goytacazes atas de um sonho, formar uma família e ter seu próprio lar.
Eu sou Damiana Pereira de Souza, herdeira de Darcília e que marca a vida com uma trajetória de generosidade e sabedoria.
Eu sou Cleópatra minha história já foi contada de mil maneiras
Eu sou Acotirene, fui liderança em Palmares
Sou Beata de Iemanjá, sua fé e força criaram uma comunidade com alicercer nos ancestrais e divindades africanas.
Eu sou Janaína Portella, filha de um quilombo na Baixada, mãe, irmã, coração...
Sou minha irmã Sílvia, sou Fabiana Lima, suas forças do Fogo, propagam no ar clamando justiça e equidade.
Sou muitas e tantas, sou as mulheres negras que me inspiram e se inspiram.
Sou Joseane Ribeiro, sou Lilian Nascimento e suas trajetórias de luta,
Sou Vivan Zeni e seus olhos que olham com verdade e de verdade.
Sou Viviane Serra e sua luta pela família.
Também sou Danielle Francisco, essa mulher que não foge da responsabilidade.
E também sou Ludmilla Dantas, essa menina que se descobre mulher e que ama sem medidas.
Eu sou eu e tantas outras,
As que viveram antes e que ficarão depois de mim.
Eu sou Rainha de Sabá, meu nome está marcado na História
Eu sou Anastácia sou símbolo de luta do povo negro no Brasil
Sou Bárbara Vieira, o mais recente fruto dessa árvore e promessa de muita luta e axé
Eu sou Giselle dos Santos,  a mulher que escreveu antes essa história em Primeira Pessoa
E me inspirou a reconta-la a partir do meu próprio olhar.
E assim, reafirmo que nossos passos vêm de longe e vão longe,

Porque somos todas Rainhas.

Texto original da Giselle dos Santos em: Cartilha Somos Todas Rainhas

domingo, 19 de julho de 2015

Cabelos tingidos: dicas, cuidados e manutenção

Olá meninxs!

Eu postei esse vídeo na página do Facebook e acho que pode ser de alguma ajuda para quem está decidindo tingir os cabelos.
Tentei falar um pouco de como foi o processo de escolha, as orientações da profissional que cuidou do resultado, sobre a importância de fazer a tintura com um/a profissional e sobre a manutenção dos fios tingidos.

Além disso, falei um pouco sobre porosidade, essa vilã que assusta mesmo quem não tinge os cabelos, mas que acontece com mais facilidade para quem pinta. Tem umas dicas para driblar essa maléfica rs.

Espero que gostem!

Cabelos louros e tingidos: uma questão
Bjs da Pretricinha.

Reivindicar também é auto respeito.

Oi meninxs!

Essa semana eu enviei uma mensagem para a marca Quem disse, Berenice, da Boticário.
Tenho percebido que suas campanhas só apresentam modelos de pele clara, além do fato da marca não contemplar produtos para os tons mais escuros de peles negras.
Eu sou compradora da Quem disse, muitas de vcs já viram minha indicação do batom Uvita, ou das canetas batom e até mesmo de uma de suas Base-pó. Mas essa ausência das modelos negras têm me causado incômodo.
Pois bem, enviei uma crítica pelo SAC e para minha surpresa recebi logo uma resposta da marca falando sobre o compromisso com a diversidade, etc, prometeram ainda enviar a reclamação para o setor responsável e ainda aguardo resposta. Isto tudo em menos de uma semana, um tempo bem razoável.
Fui até a página da marca aqui no FB, de onde eu tb recebo notificações e constatei que a última campanha com uma modelo negra foi para o Dia das Mães, em maio. Ora, estamos em julho!!!
Neste tempo todo o compromisso com a diversidade esteve onde? Sabendo-se que a população brasileira é, pelo menos, a metade de pessoas negras (pretas e pardas).
é por isso que acho que precisamos de um movimento de massa de reclamação e cobrança das marcas nacionais que produzam para nós, mulheres negras de todas as matizes.
É preciso REALMENTE se comprometer e respeitar a diversidade étnica do país. Nós existimos, compramos e usamos maquiagem!

Auto - Amor

Olá meninxs!
Eu ia deixar pra soltar esse vídeo no dia 25/07, dia da Mulher Negra na América Latina e Caribe, mas tenho lido e conversado com algumas pretricinhas nesse mundo que são as redes sociais e acho que o tema vêm a calhar.
O vídeo não é exatamente sobre tratamento, nem sobre cuidados capilares ou com a pele, mas sobre auto amor, que é algo que precisa existir para que todo resto aconteça.
Portanto, assistam com carinho, eu gravei um pouco emocionada porque esse é um tema que fala muito sobre mim tb e troquem comigo suas impressões.
Só gostaria de me desculpar pq o áudio deu uma adiantada depois da metade do vídeo e eu optei por deixar dessa forma pra não perder a emoção e tb pq eu não diria as mesmas coisas se gravasse novamente.
Então, vamos conversar?
Bjs da Pretricinha!

domingo, 14 de junho de 2015

Transição e auto estima - 5 dicas para atravessar esse momento

Mas o que é a transição?

Transição da forma mais comum de pensar é um momento intermediário. Algo entre o que vc era e o que vai ser ou pretende ser.
Por exemplo a adolescência: nem criança, nem adulto. Bem ali no meio.

Usando esse exemplo da adolescência, podemos pensar que e uma fase de muita confusão, dúvidas, tempo de avanços e retrocessos e o importante é saber que é muito normal esses processos nesse tempo, querer desistir de tudo, ficar insegura se é o caminho certo a seguir, se vai ficar bonita, como vai ser quando tiver que cortar o cabelo, se vc vai gostar do que vai ver, se vais se acostumar com a textura do cabelo.

E nesse processo, nós já começamos perdendo. Porque temos contra nós uma imagem bastante negativa sobre nossos cabelos, a visão de que ele é ruim, de que é duro, que arranha, que não é tratável sem química. Imagem essa que a mídia, que o racismo fizeram o desfavor de incutir nas nossas cabeças. E como nós somos frutos dessa sociedade que vivemos, essas ideias grudam na gente. Então o primeiro passo é desconstruir essas ideias.

O que eu gostaria de marcar aqui é que a transição capilar é apenas uma parte do processo de transição. Mas o que eu quero dizer com isso?

Bem, primeiro a gente precisa refletir sobre o porquê, em uma sociedade onde a maioria da população é negra, os traços, a cultura, o jeito dessa população não é valorizada? Isso tem a ver com o racismo. Desde pequenas não encontramos pessoas com quem possamos nos identificar em lugares de destaque, desde a TV, passando por profissionais que a gente admira como jornalistas, médicos, advogados e até mesmo nos livros didáticos. Atualmente houve um aumento de figuras de pessoas negras nos livros didáticos por conta de uma lei que foi aprovada e que obriga as escolas a incluírem o conteúdo da história da África e dos afro brasileiros no ano letivo.

Além disso, tudo que diz respeito a população negra é menosprezado. Falam do nosso cabelo, do nosso jeito de falar, de rir, do nosso corpo (ou vc costuma ver bailarinas ou modelos negras com frequência? Não, porque temos quadril largo, bunda grande e um corpo que não se encaixa na estética eurocêntrica), desprezam também nossa cultura, o samba foi discriminado, atualmente o funk tb é (não estou incentivando ninguém a gostar de proibidões, mas a questionar porque julgamos sem ouvir outras letras, sem pensar na batida, sem estarmos atentos a um cultura que vem da comunidade que nada tem de apoio estatal), desprezam também a religiosidade afro brasileira: candomblé e a umbanda.

Falei disso tudo para voltar ao ponto: como se sentir confortável para sermos do jeito que nascemos, do jeito que somos, em uma sociedade que nos tem nesse lugar?

E é por isso que muitas vezes, sobre o pretexto de que nosso cabelo é intratável, indomável, que usamos químicas transformadoras para ficar mais aceitável. Aceitável para quem??? Quem mesmo precisa ser agradada?

Assim, eu caracterizo o processo de transição como um processo de troca de lugar. De mudar o foco do olhar externo para o olhar subjetivo. É quando começamos a olhar pra dentro e querer nos integrar com nossas origens, redescobrir nossa identidade de uma forma mais saudável, por isso o processo de transição é um processo de auto-amor.

E por que não é só cabelo?

Bem, é possível mudar esteticamente e não pensar nessas questões todas. Mas nesse processo a gente continua lidando com o preconceito que nos assola. Você terá que lidar com perguntas e críticas de sua família, amigos, nos seu local de trabalho, na rua e das formas mais surpreendentes e desconfortáveis que você possa pensar. E como vai responder a isso se não compreender isso tudo? Talvez uma pergunta fora de hora, vá abalar tudo que vc vem construindo no seu processo de transição, vá te levar pro primeiro dia após sua decisão de não usar mais química, quando a insegurança era maior que a certeza.

E como fazer, então?
Eu posso compartilhar aqui o que tenho observado ao longo desse meu processo algumas coisas importantes:
  1.        Saber porque vc começou a transição. Pode ser por motivo de saúde, por queda dos cabelos, para recuperar ou se reencontrar com sua identidade, para alinhar seu discurso à pratica antirracista, enfim, podem ter mil motivos e vc terá algum, mas é importante que vc pense sobre isso e saiba se isso é importante pra vc e o quanto é importante, porque quando te confrontarem, você saberá o que te motiva.
  2. .       Buscar se informar sobre seu cabelo, sobre os cuidados que precisa ter, sobre penteados que possam te ajudar na transição e facilitar na hora de lidar com os fios, se você vai preferir usar tranças, mega hair ou se usará penteados que ajudem a texturizar seu cabelo,  porque a vida não pára e vc vai continuar trabalhando, vai ter casamentos, batizados, formaturas e se vc sentir que passar pela transição está limitando sua vida, você ficará tentada a na seguir adiante. Mas saiba que existem alternativas e há muitos blogs e grupos que podem ajudar nisso.
  3.       Ainda na perspectiva do apoio, procurar blogs, canais no youtube, grupos no facebook que fazem sobre cabelos crespos. Parece bobagem, mas os grupos de apoio nos fortalecem, vc poderá tirar dúvidas, roçar receitas, desabafar... Além de conhecer um monte de gente que passa ou já passou por isso e se fortalecer com essas experiências, você ainda poderá tirar dúvidas, aprender um monte de receitas e se inspirar. Uma dica extra é procurar seguir o canal ou os canais de alguém que tenha o tipo de cabelo e/ou o tom de pele parecido com o seu, assim vc ainda ganha o bônus de aprender sobre produtos que podem ficar bem na sua pele e penteados que vc pode usar no cabelo. Isso não é uma regra, mas ajuda.
  4.        Não tenha vergonha de pedir ajuda. Quem já passou pela transição sabe o quanto é delicado esse momento. Na minha transição eu tive muitas dúvidas e vontade de desistir mil vezes, mas foi tomando coragem e pedindo ajuda a uma youtuber que eu seguia que ganhei fôlego para seguir, recebi dica de cabeleireira, me fortaleci, segui adiante e até fizemos um vídeo juntas. Portanto, não tenha vergonha, peça ajuda.
  5.        E, por fim, ouse, se permita redescobrir-se. Teste novas coisas antes de rejeitar por medo de não se sentir bem. A transição é um processo de mudança externa e interna, então, use novas cores, teste novas posturas, observe quem te apoia, ouça sua voz interna, sinta vc mesmo suas experiências antes de se deixar levar pela opinião alheia e persista, porque você sabe porquê está fazendo isso.


Eu não vou mentir, não é um processo fácil, como nenhuma transição é. É um processo dolorido até, mas qual renascimento não seria doloroso? Mas lembra da Fênix, ela precisa morrer para renascer, linda, das cinzas.

Nos dizem muitas coisas que a gente acredita ao longo da vida e no processo de transição a gente aprende a quebrar essas barreiras, dizem que a gente não pode usar cor, que não nos cai bem. Use! Veja se te faz bem e aí sim decida. Não há muitos tons de maquiagens para pele negra, procure, pegue dicas nos canais do youtube, têm muitas meninas que fazem mistura de tons para chegar ao seu. Se puder, compre no exterior, mas não empaque só porque dizem que vc não pode. Nós podemos, sim! Dizem que não podemos usar rosa... Coloque seu Pink e saia divando. Ponha seu acessório no cabelo, seu colar, aquilo que vc gostar e se não gosta, experimente. Não subestime o alcance do preconceito que nos impuseram, às vezes, a gente acha que não gosta porque disseram que não fica bem em negros e negras, pois bem, vamos sacudir essas regras e descobrir.

E ao final disso tudo, a gente ganha algo muito precioso, que é estar em sintonia com aquela voz que existe dentro de nós, o auto-amor, auto respeito e a auto estima necessárias pra enfrentarmos as intempéries da vida.

E é por isso que eu digo a transição é muito mais do que cabelo, somos nós, negras e negros recuperando nosso lugar no mundo.
P.S.: Em breve sai o vídeo com essa conversa.


Beijos da Pretricinha.

sábado, 13 de junho de 2015

Primeiro vídeo

Oiiiii!


Gente!!! Estou bem agitada! Tem o primeiro vídeo feito justo para o blog, a fan page, enfim,  para vocês, gente linda, que têm caminhado junto comigo.

Ehhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!

Bem gente, estava muito nervosa, zero intimidade com a câmera e preciso muito do feedback de vcs para saber sobre o que falar depois e até se vou falar depois.

Tentei apresentar o blog e trazer algumas dicas de cuidados diários com apele pra vcs, só pra começar do básico.

Espero que possamos trocar e conversar cada vez mais. Obrigada pelo carinho e dêem uma olhada no vídeo, comentem e continuem comigo. Espero que gostem!






Beijos da Pretricinha.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Comprinhas no Encrespa RJ

Então, Meninxs, vamos a outra parte do Encrespa Geral RJ 2015.
A parte que a louca das compras pairou sobre a minha cabeça e eu queria levar de tudo um pouco. Hahahahaha.

É, mas um dos pontos importantes que aprendemos durante os cuidados com os cabelos e que, inclusive foi tocado ontem no encontro, é que a gente não precisa comprar tudo, nem mil coisas, não precisamos entrar na lógica consumista que os exclui como pessoas fora do mercado. Precisamos subverter essa ordem tb, então, a "louca" veio e foi embora (rs). Mas havia algumas coisas que eu queria comprar e já tinha uma listinha prévia, pra não me deixar levar para maré. Aliás essa é uma dica importante: saber o que é bom pra seu cabelo, seu corpo, sua pele e sair de casa sabendo o que vai comprar. É possível sair um pouco da lista, mas assim vc irá consumir de forma mais responsável e economizar seu rico dinheirinho, que aliás não está crescendo em árvore, né.

Pois bem, vamos às compras!

Alquimista de Chad:
Em uma expressão: Muito Amor!!!!

Produtos veganos, não estados em animais, liberados para low poo e no poo. Ótimos para nossos cabelos e corpo e o que tem de melhor, os produtos são multi uso, o que vc usa no cabelo tb pode usar no corpo, inclusive os perfumes, repetindo: Muito amor!!!

Pomada Nefertiti: essa eu ainda vou testar, mas o objetivo é dar uma reconstruída nos fios, como eu uso tintura e já descolori os cabelos, é importante cuidar e fortalecer essa parte, a argila branca, manteiga de Karité, manteiga de cacau são ingredientes que prometem ajudar muito nisso e ainda vou usar no corpo porque tb há nessa pomada, ingredientes que ajudam na cicatrização e diminuição de manchas no corpo. Vou testar e depois conto tudo aqui.

Creme de hidratação Vida Intensa: Esse eu conheço e sou fã, deixa o cabelo macio, ajuda a formar os cachinhos que já tenho, tem um cheiro muito agradável, pode ser usado tanto como hidratação quanto como creme de pentear, que é a forma que eu uso e tem um ingrediente que eu adoro: óleo de palma.

Perfume Ísis: eu amei o cheiro! Só isso que consigo explicar, não sou especialista em fragrâncias, mas prefiro sempre as cítricas e amadeiradas e o Ísis é bem assim, tem cheiro de Egito rs.

A Quixotesca: comprei um brinco com estampa de tecido africano, lindo!

Lojinha Da Matta: Com a querida Daniele eu só peguei encomendas, consegui o lindíssimo batom da Vult, cor 08, que estava impossível de achar aqui no RJ e um primer da Archy make up que, além de deixar a pele aveludada, é ótimo pra pele oleosa como a minha, já experimentei hoje e segurou bem a maquiagem até o fim do dia, sem ficar com aspecto de pele suada.

Tendência Black: Atendimento maravilhoso da Cinthia e blusa linda que eu não fotografei, mas qualquer dia desses posto aqui procês!

Fiquei muito feliz com minhas compras, tinha muita coisa linda lá. Turbantes, vestidos, muita coisa com estampa africana que eu amo, mas me contive e fiquei muito satisfeita com o que adquiri. Coisas que eu precisava repor e outras que vou usar com certeza.

Bem, é isso.
E com esse post, acho que fecho minhas declarações sobre o Encrespa.

Beijos e inté!

Encrespa RJ 2015

Encrespa Geral RJ 2015 - Uma tarde maravilhosa!
Foi minha primeira vez no Encrespa Geral e eu tinha muitas expectativas. Tenho quase um ano de crespa e a minha transição durou toda minha vida e ainda está em curso, foram muitos os processos pelos que passei, assim como toda crespx. Estar num espaço com pessoas de todas as cores mas, principalmente e majoritariamente, negras, fazendo desse espaço e desse dia um momento de valorização de compartilhamento de seus saberes e fazeres. Nos reconhecermos no outro e na outra, admirar cabelos lindos, inspirar-se, olhar pra aquelas pessoas que a gente só lê nas redes sociais ou assiste nos canais do youTube, foi muito bom.
O Encrespa Geral, não é só cabelo. É mais do que cabelo! É auto-estima, é luta contra o racismo, é afroempreendedor, é subversão e questionamento de padrões pré estabelecidos. É mais do que “botar a cara no sol”, é trazer o sol pra nossa cara, pra nossa gente, ou seja, é dar visibilidade a pessoas, cenas, questões que vivem embaixo do tapete.
Eu cheguei ao final das falas, mas ver ali a MC Kabela, de quem espero ansiosamente pelo filme, assistir “Na ponta dos pés”, ver o desfile da Lulu e Lili, ouvir a Contação de história tematizando a África, seus Baobás, o Banzo, nossa formação cultural, ouvir Black music... Nossa!!! Uma explosão cultural diversa de criações dessa população que vive à margem, mas vive, é e estava ali representada. Lindo de se ver, lindo de viver!
Passear pelas araras de roupas, acessórios, produtos para os cabelos, pro corpo, cosméticos, maquiagem, ver a trançaterapia, tudo cheio de cores, formas, encrespados, dredados, trançados ou em transição. Tudo nosso, tudo milimetricamente pensado para nos sentirmos em casa, acolhidxs, representadxs.
Esse é um evento que deve entrar pros nossos calendários, pra nossa vida, porque ver e fazer esse movimento crescer é vital para termos peso, voz e ver de lutar pelo que queremos. Respeito para nossos cabelos, para nossas formas e curvas, para as nossas cores e todas as nossas expressões de ser negras e negros.
Eu sou introvertida, fico na minha e observo tudo, não tinha companhia, mas decidi ir e foi o melhor que fiz. Encontrei pessoas queridas, conheci outras, tirei fotos, vi, ouvi, senti. Ao contrário de muitos lugares onde mesmo com mil pessoas, me sinto sozinha. Lá eu estava só e me senti parte.
Foi lindo  e espero com esse relato que muitas outras pessoas possa experimentar essa sensação no próximo ano e, portanto, não poderia deixar de agradecer às organizadoras do evento, Bruna de Paula, Bruna Rodrigues , Maria Elizabeth Melo , Marília Gabriela Souza e Rosangela Jose da Silva.
Até o próximo!

Beijos da Pretricinha.


terça-feira, 14 de abril de 2015

Maquiando a alma: olho dourado e boca versátil.

Olá gente!

Estou de volta para um tutorial de maquiagem, espero que depois do curso de Automaquiagem para pele negra com a Daniela da Mata, esse agora esteja algo perto do decente rs.

Então vamos lá, motivada por minhas últimas aquisições e também para espantar algo de uma sombrinha triste dentro do coração, resolvi fazer esse tutorial para vocês. Quem maquia, os males espanta! rsrsrs. Não sei como é para vocês, mas quando estou meio pra baixo, acabo querendo colorir um pouco para melhorar o astral, já que a vida está cinza, a gente coloca cor nela, nem que seja no rosto, o negócio é não deixar a peteca cair.

Bem, não poderia deixar de dizer que um dos motivos que me leva a fazer tutoriais como esses, assim como os de cabelo é compartilhar experiências da vida de mulher negra, de cabelo crespo e as vicissitudes disso, compartilhar produtos, misturinhas e métodos.

jÁ que o mercado ainda não nos contempla, espero poder trocar aqui com vocês alternativas para ousar nas cores, sair um pouco da mesmice e mostrar que há um mundo de possibilidades para nós. Que podemos usar muito além dos tons fechados e que há maneiras de estar maquiada e linda. Isso sem esquecer que precisamos pressionar para que produzam alternativas para nossos tons de pele.

Dito isto...
Comecemos porque esse tutorial vai ser longo, mas vou colocar tudo passo a passo aqui procês!

Antes de começar, usei meu filtro solar facial Libbs filtro 30 que além de proteger, dá uma matificada (tira o brilho) na pele e o primer da Payot que ajuda a uniformizar a pele e segurar a maquiagem. Gosto desse primer porque não pesa, é fácil de aplicar e é bem honesto no quesito "segurar a make".

Passo 1: Corretivo, base e sobrancelhas

Corretivo

Pra começar usei um corretivo lilás, nas minhas doces e inseparáveis olheiras e alguns locais mais pigmentados do rosto. Para quem quiser saber mais sobre corretivo colorido siga o link aqui.
Depois usei outro corretivo, ainda um pouco mais claro que a minha pele para corrigir e dar uma iluminada abaixo dos olhos e também nas pálpebras.

Eu não encontrei ainda um corretivo exatamente do tom da minha pele, mas nesse caso não faz diferença porque eu pretendia iluminar mesmo esses locais e ao passar a base, uniformizará o local. Usei um pincel de corretivo, de um kit desses baratinho, sim eu comprei no site da China. Gonçalves Ledo, 79, Saara, RJ.

Os corretivos usados são o lilás da minha paletinha de corretivos e o Studio Finish  nw 55 da MAC



 
 A cara de palhacita ficou assim rs






Sobrancelhas:

Nas sobrancelhas, penteei pra cima com aquele pincel que parece aplicador de rímel, passei um corretivo abaixo e preenchi com sombra marrom da paleta de 4 cores da Daillus, usando pincel chanfrado. Depois, apliquei o rímel incolor da Ruby Rose pra dar mais volume.

Base:

Para uniformizar a pele, vamos à base, eu até já encontrei a base que é do tom da minha pele. Na verdade a descobri no curso de automaquiagem, mas ainda não comprei, mas como a ideia é compartilhar ideias, então digo como faço para chegar ao meu tom. É fácil, basta misturar duas bases, as duas que usso tem aquela propriedade de se aproximar um tom acima ou um tom abaixo da pele onde é aplicada, ambos são de cobertura média.

O mais claro é a base Phebo, na cor âmbar (vem com corretivo em cima) e o mais escuro é o MAC Matchmaster 9.0 e essa quantidade da foto é a que uso em todo o rosto, às vezes tenho qu misturar mais um pouquinho, mas é melhor ser comedida do que ficar com a cara pesada. Em geral, uso uma gota generosa da base MAC e duas bemmm generosas da Phebo.

Uso o kabuki cônico da Macrilan para aplicar a base em torno do nariz e próximo ao cabelo e o pincel duo fiber da Quem disse Berenice para passar o restante.

 
Dica: aplicar base com pincel duo fiber deixa a cobertura da base mais leve e natural do que usando os dedos ou o pincel de base normal.
Dica 2: Apliquei corretivo nos lábios para uniformizar a cor da boca e aproveitar bem a cor do batom que escolher.


Com a pele feita, vamos adiante...
Passo 2: Olhos

Antes da sombra usei minha mais nova aquisição, o lápis da Contém 1G "Light up", bem abaixo da sobrancelha e acima dos cílio superiores, além de dar uma iluminada, serve como primer. Dei uma esfumadinha com os dedos mesmo.
Sombra:
Há muitas formas de aplicar sombra, eu sou inciante nessa arte e encontrei uma maneira que fica mais fácil para que eu não erre, são muitas informações, côncavo, canto externo, interno, linha d'água... Xiiii. Fui testando e encontrei uma maneira fácil para que me sinta confortável. Uma vez ouvi num tutorial da Paola Gavazzi, no canal do You Tube Beauty Drops, que maquiagem a gente constrói por camadas, a gente põe, nunca tira. Então, lá vou eu... Se vcs tiverem dicas para compartilhar, fiquem à vontade e conte o seu jeito.
Eu tenho uma dificuldade enorme em entender e fazer o canto externo dos olhos, então, começo pela parte central da pálpebra, é onde eu deposito mais sombra e, geralmente, é a cor que pretendo destacar. Preenchi toda a pálpebra móvel, usando a sombra 3D da Fenzza na cor 06, com um pincel bem fofo e depositando a sombra na pálpebra. Essa cor na embalagem única tem um tom meio esverdeado, mas quando é aplicada na pele, revela um dourado bem marcante e bonito.
Depois, fui para o canto externo e côncavo, usando a sombra Blackout da paleta naked 2, da Urban Decay. 
Como meus olhos são meio puxadinhos, para levantar o olhar o canto externo deve pender mais pra vertical. E o côncavo, eu quebrei mil cabeças para entender como achar esse tal aí, eu não tenho o tal côncavo marcado, mas ele nada mais é do que esse espacinho abaixo desse osso que temos acima dos olhos, Marquei o canto externo e o côncavo usando um pincel mais estreito, é meu truque pra não errar, nem pesar demais, além disso, não levei a sombra até o canto interno do olho. No canto interno,  com o mesmo pincel, usei a sombra Bootycall, também da paleta Naked 2.



 Esfumei bem para as sombras não ficarem muito marcadas e dar aquela sensação de transição de uma para outra, usei o pincel de esfumar da Quem disse, Berenice.
 E ficou assim...
Não fiquei muito satisfeita com a transição entre as sombras, então, como maquiagem se põe, nunca se tira, acrescentei um pouco de marrom escuro, da paleta de 4 cores da Daillus, a mesma que usei na sobrancelha. Apliquei entre o Balckout e o dourado. É bem sutil, mas a aplicação do marrom deixou a transição entre o preto e o dourado mais fluida.
   

Lápis, delineador e rímel:
Na pálpebra superior usei um lápis preto, da marca Menow que serve tanto para olhos quanto para boca e na inferior usei o marro escuro da mesma marca. O delineador foi o preto láquido da Avon Color Trend e a máscara, melhor dizendo, as máscaras, foram a Rocket e The Falsies, ambas da Maybelline. Sim, a louca do rímel andou por essa cabeça hoje hahahahahahah.




Passo 3: Blush, Bronzer e Pó

Passo rápido... Blush Intuition, da Payot  e Bronzer Ruby Rose. esse bronzer tb foi uma aquisição na loja da Gonçalves Ledo, ele já vem com aplicador.

Aprendi que usar o blush apenas próximo às têmporas além de dar o ar de saúde, não deixa seu rosto parecendo que tomou uma chinelada, usei o bronzer por cima só pra trazer um glamour hahahaha.


Pó:

Eu finalizo com pó para dar mais uma matificada, minha pele é realmente muito oleosa e o pó ao final, garante que a make dure um pouco mais. O pó usado é o marrom escuro, da Natura Aquarela, eu uso pouco para não ficar com o rosto cinzento, porque esse tom de marrom, não é o meu tom de pele.


Batons:

Agora vamos as opções de batom. Bem, em geral, quando o olho está muito carregado, as tendências dizem que devemos fazer uma boca mais neutra, então essa é a primeira opção.

Batom 1: Boca nude, meu primeiro batom nude, com muito amor. Avelã da coleção Soul Kiss me, Eudora. Textura cremosa e, finalmente, um nude que não deixa com cara de morta ou de quem passou pomada na boca. kkkkkkkkkkkkk
Detalhe do olho:
Como eu ia dizendo a onda é olho tudo, boca nada, mas... quem disse que não podemos ousar?

Batom 2:  Rosa Marcante, coleção Soul Kiss me, Eudora. Textura matte, mas fácil de passar, rosa, bem rosa, mas já estava atrás dessa cor há bastante tempo, finalmente achei.


Batom 3: caneta Batom Rosa Quem disse, Berenice. Essa caneta batom tem uma textura cremosa e uma cor linda.


Batom 4: Pra não perder a oportunidade, um vermelhão. Batom Long Lasting Clinique, cor 21. Eles usam a definição Soft Matte, mas eu classificaria e cremosa.


Ufa!!!
Bem, depois desse longo tutorial, até me animei um pouco, agora vou ali colorir a vida um pouco mais.

Antes e depois:

 
 



Compartilhem suas dicas e experiências e beijos da Pretricinha.


quarta-feira, 18 de março de 2015

Mas que raio é esse tal twist?

Não, eu não estou falando daquele jeito maravilhoso de dançar. Twist ou "baião de Dois" no dicionário das crespas e cacheadas, diz respeito a um tipo de texturização dos fios e resumindo de forma bem simples, seria uma trança de duas mechas.

A texturização dos fios com twists serve tanto para dar forma aos cachos, mas também para minimizar o fator encolhimento dos micro cachinhos ou ainda pode ser usado para separar o cabelo em mechas na hora de desembaraçar, hidratar ou aplicar creme.

Para a texturização é melhor que os fios estejam úmidos, desembaraçados e com creme de pentear. Basta separar duas mechas, na quantidade de cabelo que quiser e juntar, enrolando as mechas uma na outra, como disse antes, é uma trança de duas pernas. Deixe secar naturalmente e solte no dia posterior, ou quando desejar.

Cabelo com twists

Twist out é como chamamos o formato que o twist deixa os fios no dia em que soltamos as mechas:

Twist out - dia em que solto o twist

Terceiro dia do twist out ( aqui eu abri mais os twists pra ganhar volume)

Twist com mechas grossas para desembaraçar ou hidratar os cabelos

Cabelo sem texturização e com o fator encolhimento.

Atualmente, eu uso o twist para separar as mechas enquanto desembaraço e aplico creme de pentear e após desembaraçado, costumo secar com o secador, soltando cada mecha grossa do twist. O resultado é um cabelo menos encolhido e com os cachinhos mais aparentes.


Espero que tenham gostado e me digam, como vcs finalizam seus cabelos?

Beijos da Pretricinha.

terça-feira, 17 de março de 2015

Cuidados de hoje

Oi gente!
Hoje foi dia de cuidar do cabelo e deu uma vontade de compartilhar com vocês que venho tendo um imenso prazer em redescobrir meu cabelo após a transição. Logo após o BC – Big Chop (grande corte) ele ainda ficou com uma textura estranha, o que me fez acreditar na teoria do “scab hair”, isto é, uma textura estranha que o cabelo assume nos primeiros períodos após transição e corte.

Mas eu acreditei nessa transição/transformação de mim mesma, intensifiquei os cuidados, fui descobrindo o que fazia bem e o que não fazia bem aos meus fios e é o que eu recomendo a todas as pessoas que decidem assumir seu cabelo natural, sejam crespos ou cacheados, que observem e aprendam o que faz bem aos SEUS fios
.
Às vezes aquele produto ou aquela hidratação que faz maravilhas no cabelo da sua amiga ou da blogueira preferia, pode não agir da mesma forma no seu cabelo. É preciso observar quantidades de produto, marcas, componentes, uma série de coisas.
É por isso que aqui neste espaço compartilharei as experiências que dão certo pra mim e que podem servir de guia pra vcs, desde que sempre observando as suas necessidades.

Dito isto, observei que há tb meninas cacheadas aqui e além de dar as boas vindas, gostaria de dizer que farei o máximo para observar essa especificidade. No mais, gostaria de dizer que estou feliz pelo início deste espaço aqui no Facebook e espero que seja um ambiente de trocas, de acolhimento, compartilhamento de nossas experiências de transição e do cotidiano com cabelo natural.

Estejam à vontade para me enviar fotos contando uma experiência com os seus cabelos e eu publicarei aqui, ou apenas compartilhe sua história.

Bem, a foto que vocês veem é de hoje, exatamente agora, acabei de cuidar do cabelo e vou contar o que fiz:
Lavei e condicionei com a linha Head & Shoulders (relax – anticoceira), hoje eu não hidratei, após a lavagem passai meu costumeiro óleo de coco e finalizei com o creme Creoula, da Lola Cosmetics. Devo dizer que eu tinha uma implicância com esse creme, mas finalmente, hoje eu aprendi a usá-lo. O problema era a quantidade usada, como ele é bem oleoso, não precisa besuntar de creme como faço com os demais. Agora atenção, se você tem o cabelo cacheado, se usar muito desse creme, o cabelo pode ficar com aquele aspecto oleoso e pesado, a solução seria usar pouquíssima quantidade, mas pelo que já li e vi em demais blogs, acho que o mais indicado seria o creme Milagre, se vc quiser ficar na marca Lola.

Passei o creme separando em mechas e após aplicar o creme e desembaraçar com os dedos, mantive as mechas separadas em twists bem grossos. Depois de todo desembaraçado,  fui abrindo os twists e secando cada mecha com o meu secador “fajuto”, mas que me ajuda bem, na temperatura mínima.
Percebi que a secagem com o secador por um lado dá mais volume e por outro define os cachinhos, então, muito amor pelo meu fajutinho e está aí o resultado.

Por hoje é só, sejam muito bem vindxs!


E beijos da Pretricinha.