quarta-feira, 18 de março de 2015

Mas que raio é esse tal twist?

Não, eu não estou falando daquele jeito maravilhoso de dançar. Twist ou "baião de Dois" no dicionário das crespas e cacheadas, diz respeito a um tipo de texturização dos fios e resumindo de forma bem simples, seria uma trança de duas mechas.

A texturização dos fios com twists serve tanto para dar forma aos cachos, mas também para minimizar o fator encolhimento dos micro cachinhos ou ainda pode ser usado para separar o cabelo em mechas na hora de desembaraçar, hidratar ou aplicar creme.

Para a texturização é melhor que os fios estejam úmidos, desembaraçados e com creme de pentear. Basta separar duas mechas, na quantidade de cabelo que quiser e juntar, enrolando as mechas uma na outra, como disse antes, é uma trança de duas pernas. Deixe secar naturalmente e solte no dia posterior, ou quando desejar.

Cabelo com twists

Twist out é como chamamos o formato que o twist deixa os fios no dia em que soltamos as mechas:

Twist out - dia em que solto o twist

Terceiro dia do twist out ( aqui eu abri mais os twists pra ganhar volume)

Twist com mechas grossas para desembaraçar ou hidratar os cabelos

Cabelo sem texturização e com o fator encolhimento.

Atualmente, eu uso o twist para separar as mechas enquanto desembaraço e aplico creme de pentear e após desembaraçado, costumo secar com o secador, soltando cada mecha grossa do twist. O resultado é um cabelo menos encolhido e com os cachinhos mais aparentes.


Espero que tenham gostado e me digam, como vcs finalizam seus cabelos?

Beijos da Pretricinha.

terça-feira, 17 de março de 2015

Cuidados de hoje

Oi gente!
Hoje foi dia de cuidar do cabelo e deu uma vontade de compartilhar com vocês que venho tendo um imenso prazer em redescobrir meu cabelo após a transição. Logo após o BC – Big Chop (grande corte) ele ainda ficou com uma textura estranha, o que me fez acreditar na teoria do “scab hair”, isto é, uma textura estranha que o cabelo assume nos primeiros períodos após transição e corte.

Mas eu acreditei nessa transição/transformação de mim mesma, intensifiquei os cuidados, fui descobrindo o que fazia bem e o que não fazia bem aos meus fios e é o que eu recomendo a todas as pessoas que decidem assumir seu cabelo natural, sejam crespos ou cacheados, que observem e aprendam o que faz bem aos SEUS fios
.
Às vezes aquele produto ou aquela hidratação que faz maravilhas no cabelo da sua amiga ou da blogueira preferia, pode não agir da mesma forma no seu cabelo. É preciso observar quantidades de produto, marcas, componentes, uma série de coisas.
É por isso que aqui neste espaço compartilharei as experiências que dão certo pra mim e que podem servir de guia pra vcs, desde que sempre observando as suas necessidades.

Dito isto, observei que há tb meninas cacheadas aqui e além de dar as boas vindas, gostaria de dizer que farei o máximo para observar essa especificidade. No mais, gostaria de dizer que estou feliz pelo início deste espaço aqui no Facebook e espero que seja um ambiente de trocas, de acolhimento, compartilhamento de nossas experiências de transição e do cotidiano com cabelo natural.

Estejam à vontade para me enviar fotos contando uma experiência com os seus cabelos e eu publicarei aqui, ou apenas compartilhe sua história.

Bem, a foto que vocês veem é de hoje, exatamente agora, acabei de cuidar do cabelo e vou contar o que fiz:
Lavei e condicionei com a linha Head & Shoulders (relax – anticoceira), hoje eu não hidratei, após a lavagem passai meu costumeiro óleo de coco e finalizei com o creme Creoula, da Lola Cosmetics. Devo dizer que eu tinha uma implicância com esse creme, mas finalmente, hoje eu aprendi a usá-lo. O problema era a quantidade usada, como ele é bem oleoso, não precisa besuntar de creme como faço com os demais. Agora atenção, se você tem o cabelo cacheado, se usar muito desse creme, o cabelo pode ficar com aquele aspecto oleoso e pesado, a solução seria usar pouquíssima quantidade, mas pelo que já li e vi em demais blogs, acho que o mais indicado seria o creme Milagre, se vc quiser ficar na marca Lola.

Passei o creme separando em mechas e após aplicar o creme e desembaraçar com os dedos, mantive as mechas separadas em twists bem grossos. Depois de todo desembaraçado,  fui abrindo os twists e secando cada mecha com o meu secador “fajuto”, mas que me ajuda bem, na temperatura mínima.
Percebi que a secagem com o secador por um lado dá mais volume e por outro define os cachinhos, então, muito amor pelo meu fajutinho e está aí o resultado.

Por hoje é só, sejam muito bem vindxs!


E beijos da Pretricinha.
 

sexta-feira, 13 de março de 2015

Trabalhando a arte de Divar: curso de Automaquiagem para pele negra


Olá gente!!!

Nesse caminho de liberdade com o cabelo natural, usando cabelo curto e redescobrindo meu rosto como ponto central, atualizei meu gosto por maquiagem. Sempre que assistia aos canais que falavam sobre cabelos, também assistia videos sobre maquiagens e confesso que não sou lá muito jeitosa com essas coisas, mas resolvi aprender e, desde então, venho testando e aprimorando isso.  No dia 01º de março tive a oportunidade incrível de fazer um curso de Automaquiagem para pele negra com a Linda Daniele da Mata.


 O curso faz parte do Projeto Negras do Brasil e ensina a mulheres negras de todas as matizes a cuidar da pele e aprenderem a se maquiar com os produtos apropriados. Foi uma tarde muito elucidativa, com uma conversa maravilhosa com a blogueira e diva Rosângela José do Negra Rosa, Rosa Negra, que compartilhou suas experiências conosco. Nós, as 7 mulheres mais felizes daquela tarde. O encontro também contou com o blogueiro de moda Jota C. Angelo do O último Black Power e a fotógrafa Larissa Ísis.




Como vocês podem ver nas fotos, deu pra elevar o nível de peruice em dois níveis, né. Hahhahahahahaha

Encontrei a base perfeita para minha pele, aprendi como fazer o tal do côncavo e agora me sinto mais segura para fazer, em breve, um tutorial decente pra vocês, com as marcas que tenho. Pois mais do que aprender a base certa, aprendi como usar os meus produtos pra fazer makes legais. Aguardem.


Beijo da Pretricinha.

Fotos de Laríssa Ísis e
Jota C. Angelo

Transição: mas o que é mesmo isso?


Oi gente!

Vamos esmiuçar o que é isso. Falarei a partir do que aprendi e também do que vivi. Transição é o período intermediário entre a última vez em que usamos química até a retirada total através do corte, que pode ser radical, o famoso Big Chop , BC para os íntimos, ou paulatinamente com pequenos cortes, até o BC. Conceitualmente não há mais o que dizer, mas é importante trazer um pouco sobre as emoções que atuam nesse período que mistura um aprendizado sobre os cuidados com os cabelos, técnicas para estar socialmente apresentável tendo em vista as texturas diferentes dos fios e nossa própria auto crítica diante do que vemos.

Acho que uma das coisas mais importantes a ser confrontada durante a transição e no pós transição é o espelho. O processo de auto-aceitação e a auto estima da mulher de cabelo crespo não é automático. Ainda que, como eu, vc tenha uma militância política, uma pertença religiosa de origem afro, não é automático.

Paira sobre nós toda uma estrutura de desvalorização de nossos cabelos, de nossa cor e também de nossas práticas culturais, religiosas, etc. Toda mulher crespa que está em transição, ainda que não saiba, passou por um processo de desvalorização de si mesma. A mídia, a escola e história não nos oferece modelos para identificação positiva de nossos traços, da textura de nossos fios. Não há produtos adequados para nossos cabelos quando naturais, nem produtos de maquiagem que contemple nosso tom de pele no mercado nacional. Bem, até há alguns, mas não com variedade, mas não que abarque os tons de pele mais escuros como o meu, enfim, muitos são os problemas.
As propagandas  e o senso comum estão sempre associando nossos cabelos com “palha de aço”, chamando nossos fios de “duros” ou ruins” e somos atingidas com isso. Eu falei um pouco sobe esse assunto aqui, quando contei pra vocês a história do meu cabelo. Mas em superação a tudo isso, entramos em transição, procuramos os grupos, blogs, canais do youtube para resgatar essa história e encaramos o espelho, o olhar do outro nos critica, mas no espelho, iremos confrontar esse olhar do outro introjetado em nós. A nossa crítica a partir de um olhar que nunca foi nosso. E como superar isso?

A rede nos ajuda, eleja um grupo, uma blogueira, peça ajuda, desabafe, não guarde pra si essas críticas, todas passamos por esse momento delicado e todas acabamos nos comprometendo a ajudar outras mulheres a serem livres. Nesse processo, a gente aprende a fazer do espelho um aliado, ao invés de procurar defeitos, a gente aprende a compor nossa nova identidade resgatada, com brincos, acessórios, batons multi coloridos e tantas outras nuances que estavam escondidas em baixo da química.

O processo de transição ajuda a nos redescobrir, comprometa-se consigo mesma, faça do espelho seu aliado, recupere o amor por si mesma e não fique sozinha, porque ainda não temos um ambiente que seja favorável aos cabelos crespos e uma sociedade isenta de preconceitos, portanto, se o dia for difícil, conte com as redes para se sustentar e caminhar mais um dia e descubra-se linda.

A transição não termina quando você  
retira toda química do cabelo, ela continua no aprendizado que temos na recuperação de nossa auto estima. Eu que nem gostava mais de tirar fotos, aderi a hastag #vaiterselfiedepretasim. Porque é importante dar visibilidade a beleza que redescobrimos em nós.


Então, permita-se, ame-se, cuide-se e transforme-se na mulher que você quiser ser, mas agora livre de quaisquer amarras.


Beijo da Pretricinha.

Congresso Internacional sobre o Pensamento das Mulheres Negras

Oi gente!

Aconteceu de 09 a 12 de dezembro na cidade de Salvador, Bahia. Pausa para suspiro porque eu amo Salvador, a cidade, o clima, as pessoas, o sotaque, ah o sotaque... Enfim, amo demais, término da pausa RS.

Realizado por Criola, UFBA, UNEB, foi sediado na Faculdade de Medicina da UFBA, no Pelourinho, foi um encontro de mulheres negras de todo o Brasil e algumas de fora do Brasil para compartilharmos trabalhos e experiências sobre o que temos feito na esfera intelectual e também em nossas vivências na luta antirracista.

Como eu disse no post anterior, eu apresentei um trabalho, cujo título era: COMUNIDADES DE TERREIRO E A ESTRATÉGIA DE CUIDADO DA MULHER NEGRA: UMA CONSTRUÇÃO POSSÍVEL

E foi incrível, pois após alguns anos fora da Academia, fiz um curso sobre Estudos Negros na Diáspora no meio do ano passado e esse artigo que apresentei foi construído a partir do trabalho de conclusão nesse curso. O Congresso foi ótimo, as mulheres de todo canto com trabalhos que falavam sobre um tema em comum, a necessidade de trabalharmos em rede, em observar as diversas variáveis que colocam a mulher negra em situação de vulnerabilidade e de afirmarmos nossa linguagem sem precisar se apropriar do discurso hegemônico para tal.

Uma pena que por conta de uma virose muito fora de hora, eu não tenha conseguido acompanhar todos os dias de Congresso, só fui ao primeiro e segundo dia. Mas foi uma experiência incrível e estou aguardando ansiosa a publicação sobre o Congresso e o próximo Encontro.


Beijo enorme pra todo mundo!

Demorei, mas voltei

Oi gente!


Sim, andei sumida, mas a vida estava uma loucura, muita coisa boa aconteceu e estou aqui de volta pra compartilhar com vocês.

Bem, desde que iniciei meu processo de transição e passei pelos altos e baixos dessa necessidade de valorização de mim mesma e integração das minhas práticas e discurso com a imagem que apresento, muita coisa aconteceu. Uma bem importante foi a aprovação de um texto meu para apresentação no Congresso Internacional do Pensamento das Mulheres negras e o texto falava da nossa Saúde mental e usei a estética de nossos cabelos para elucidar as questões propostas. Foi bem legal, apesar de eu estar com um febrão no dia, a apresentação foi bem recebida e eu fiquei muito feliz, pois foi uma espécie de coroação desse processo de resgate identitário.


Descolori os cabelos duas vezes, estou ostentando um lindo blond Black Power e estou cada vez mais apaixonada por maquiagens, pelo meu cabelo e por essa re-descoberta. Vou contar um pouco dessas novidades pra vocês em alguns posts e vamos estreitando a conversa.

Beijo da Pretricinha