quinta-feira, 31 de julho de 2014

Metamorfoses - História do meu cabelo parte 4

Olá gente!!!
Continuando a história da minha transição capilar e o movimento por um Cabelo Livre, neste post irei falar das minhas escolhas inciais para mudança de rotina de cuidados com o cabelo em transição a partir da decisão pela rotina low poo que mencionei no último post e também de minhas escolhas atuais depois de um ano e dois meses de transição e pós BC (Big chop).

Como disse, fiz pesquisa e escolhi alguns produtos pra testar nesta nova fase, ainda não posso emitir opiniões, mas posso mostrar quais foram minhas escolhas do kit inicial.
Hidratação:
Garnier Fructis óleo reparação: já ouvi falar maravilhas dele e estava com vontade de experimentar, como meu cabelo gostou muito do Garnier 72h de hidratação, estou apostando nele, apesar de ter óleo mineral na fórmula, que é um dos itens a diminuir, ele tem aoutros itens bem interessantes, uma série de óleos vegetais, ácido cítrico e óleo de argan, que gosto muito. Ainda está dentro da rotina low poo. A embalagem indica esse produto como nutri reconstrutor, pelo que já li e minha proposta é usa-lo com hidratação. O tempo de ação é três minutos, perfeito para o meio da semana, já nos dias de hidratação profunda, deixarei 20 minutos como de costume.
Nutrição:
Gold Black da Amend: a Amend é uma maca super bem recomendada pelas blogueiras crespas e cacheadas. A composição é liberada para low poo e no poo, resolvi testar o creme de nutrição que é sem enxague, mas minha ideia é seguir meu programa e não deixar a nutrição no cabelo.  Vamos testar!
Máscara térmica Queratina da Haskell: Um produto que eu já utilizo e gosto muito, é preciso aquecer pra usar, ajudar a fortalecer os fios e protege das agressões diárias, porém é preciso usar um condicionados ou hidratação rápida após o uso, ela auxilia na absorção da hidratação, mas não é condicionante. Pretendo continuar usando alternadamente, é liberada pra rotina low e no poo.
Restauração:
Oro Argan da Bioderm: outro creme super bem recomendado e contém dois componentes que eu e meu cabelo adoramos: Argan e Macadâmia. O creme promete muita coisa, tem pro vitamina B5, óleo de coco, ácido cítrico, panthenol e um cheirinho suave. Estou apostando nele para ver meus cabelos mais resistentes.
Xampu:
Xampu Imperial abissínia: Muito amor por essa aquisição, já utilizo há quase um mês, é super liberado tanto para low poo, quanto para no poo e deixa os cabelos, limpos, macios, com brilho e sem efeito palha.
Condicionador:
Sempre Bella Manteiga de Karité e Phytoqueratina: esse condicinador eu já tinha e estava largadinho num canto, a grata surpresa é que ele contém todos os componentes necessários favoráveis aos fios e não tem sulfatos e petrolatos, é um condicionador baratinho que eu já tinha, mas só agora vou experimentar.
Óleo e reparação Ganier Fructis: Tb ouvi falar muito bem dele, estou curiosa, mas ainda não testei, algumas blogueiras cacheadas usam este condicionador até mesmo como leave-in  e sua textura consistente favorece a isso, vou testar dessa forma também.
Leave-in
Sete ervas potencializado da Aroma do Campo: outro creme que eu já tinha e estava abandonado, solitário na prateleira, é bem baratinho também. Comprei em um desses sufocos quando se está longe de casa e sem crede de pentear a mão, usei uma vez e depois deixe lá, quietinho. Analisei a composição e é super indicado para esta rotina. Irei testar com atenção.
Tutano concentrado da Capicilin: li muitas coisas boas dessa marca e fui com a intenção de comprar o relaxante natural, ou seja, sem química, da Capicilin, mas não encontrei, então adquiri este que promete ser um gel, em creme, com queratina, filtro solar e silicones. Opa!!! Mas silicone não é proibido? Bem, a ideia é diminuir, evitar, mas ainda dá pra usar um produto, desde que os outros componentes compensem. E parece que compensa, a ideia ao compra o gel em creme é a definição dos cachos, além disso, o produto tem tutano que ajuda a fortalecer os cabelos, assim como a queratina, ele tem ácido cítrico e não contém sulfatos. Minha ideia é usar junto com um óleo vegetal para proteger os fios e ver o resultado.
Óleos:
Óleo de coco do Alquimista de Chad: naturalíssimo e super aprovado, muitas estrelinhas pra ele, que serve pra pele também.
Óleo extraordinário Elseve l’oreal: Tem o meu querido óleo de Argan, alguns outros extratos de flores, deixa o cabelo super macio e tem um cheiro que gosto muito, também já veno utilizando há meses e é super aprovado por mim.
Umidificador de cachos:
Pró-Natural Seda Cocriações: Eu não sou muito de ficar molhando o cabelo, mas tinha um umidificador que se encaixa na rotina low poo e pode servir para remodelar os cachos indefinidos pela ação do tempo, do travesseiro e etc. Vou incorporar à rotina.
Extras:
Além dessas comprinhas, coloquei na cestinha duas ampolas de nutrição da Alfaparf (Semi dilino Diamante) que vi blog “Ame seu crespo”, um gel da Kanechom, comprei a versão kids, sem álcool, com D-panthenol que agride menos os fios. A ideia é usá-lo com um óleo e leave-in de proteção.

Já falei pra vcs que sou sagitariana, logo, E-XA-GE-RA-DA!
Como eu tenho mania de tirar foto de tudo, tem até uma foto dos produtinhos aqui:



Esses produtos duraram bastante e eu fui seguindo uma rotina de cronograma capilar bem certinha, até notar que meu cabelo tinha necessidades diferentes. 

Gente, cuidar de cabelo crespo é experimentar e ver o que melhor se adapta aos seus fios. Os meus preferem nutrição, ou seja, muito óleo vegetal!!! Apesar da minha pele ter tendência a oleosidade e o couro cabeludo ser super sensível, os fios de cabelo crespo, naturalmente, precisa de mais óleo. E os meus amam demais!!!

Nesta época, meus cabelos estavam assim:


Atualmente, a rotina é outra e os produtos também, desses mantive a máscara de nutrição Óleo Reparação da Garnier Fructis, tenho outros produtos da Capicilin, hoje, exatamente hoje, estou precisando refazer meu estoque de óleos, mas, com certeza, manterei o óleo de coco do Alquimista de Chad, a Manteiga de palma também, que não está nessa foto porque adquiri depois e é muito boa!

Minha lista atual de produtos de cuidados para o Cabelo:

No dia 18/07/2014 fiz o BC e fiquei muito feliz com o resultado. Estou abusando das texturizações e redescobrindo meu cabelo, depois farei um post só com o antes e depois do cabelo e também com os valores destes produtos. Por enquanto, gostaria de dizer que ainda mantenho a rotina low poo, porém abro exceções para testar alguns produtos. Nada de rigidez comigo! Rs

Alguns destes produtos eu ainda não testei como kanechon kids e o condicionador da Natu hair, mas ambos foram dicas que peguei em blogs de crespas e cacheadas ou no grupo Crespíssimos, do Facebook, atualmente é o que mais acompanho.

Nesta trajetória, agradeço muito aos blogs que li, as musas inspiradoras que sempre ofereceram dicas e alimentaram a auto-estima, aos amigos que ouviram meu chororô e continuaram me incentivando e agradeço também a todo processo de mudança interior que me motivou a querer um cabelo mais livre e uma vida mais saudável.

Beijokas da Pretricinha,
Nany


Metamorfoses - História do meu cabelo parte 3

Depois da decisão, mãos à obra! Foco, força e resistência. Eu havia me esquecido como fazer a transição é duro. Se a gente decide não fazer o corte de cara, o processo é longo e árduo. Cuidar do cabelo com duas texturas ( a natural da raiz crescendo e a mais lisa, do relaxante que ainda resta), é super trabalhoso e aí é hora de arregaçar as mangas, sair da preguiça, se entusiasmar e texturizar.

Texturiza, minha filha, texturiza!!! Rs

Além disso, por conta de problemas dermatológicos e a saturação de químicas, optei por começar a desintoxicar mesmo o cabelo e aí:

Testando uma rotina capilar

Após muita leitura  nos blogs e muitas horas nos canais “Beleza de preta” e “Rosajorosa”, fiz uma listinha e decidi testar uma rotina de cuidados com os cabelos “low poo”. 
Gente, eu sou sagitariana, além do gosto por viagens, o exagero é outra característica do signo da qual eu não fujo. assisti aos canais, fiz a lista e já queria abrir uma loja de produtos de beleza em casa. Hahahahaha. Mas enfim, comecei a testar alguns que achei mais interessantes.

Eu já vinha usando o Xampu em barra “Imperial abissínia” e o óleo de coco, do Alquimista de Chad e esses produtos já vinham demonstrando ótimos resultados nos meus cabelos. O Xampu limpa bem e não deixa o cabelo com “efeito palha”, pelo contrário, os fios ficam bem macios, tanto que dispensei o condicionador das primeiras duas vezes que usei.

Para quem não conhece o termo low poo, ao pé da letra quer dizer menos Xampu (poo é de Shampoo, em inglês), mas na verdade é mais que isso, é a diminuição de componentes químicos que agridem os cabelos, como os sulfatos, petrolatos (derivados de petróleo), silicone e óleo mineral. Esses componentes deixam resíduos insolúveis nos cabelos e couro cabeludo, danificando e enfraquecendo os fios.

A rotina no poo, elimina qualquer tipo de shampoo, a lavagem dos fios é feita com outros produtos como vinagre, bicarbonato de sódio ou produtos especializados que não contém s agentes agressivos, porém assumir uma rotina no poo, significa eliminar também máscaras nutritivas, reparadoras ou hidratantes que contenham esses componentes, já que as máscaras irão deixar resíduos que exigirão o xampu adequado para eliminá-los.

Como adoro mudanças, mas não sou adepta a radicalismos, adotei a rotina low poo.

Pra quem quiser mais detalhes sobre essas rotinas, no blog Negra Rosa, Rosa Negra tem mais detalhes e mais links pra você se aprofundar no assunto, tem também um vídeo da Rosa falando sobre o assunto. Rosa é uma das minhas Dyvas, gente. Ela e a Fabiana Lina, arrasam!

Resuminho bem básico sobre o que comecei a evitar com a rotina low poo:
A ideia era preferir xampus  e cremes que não tenham lauril sulfato de sódio, lauril éter sulfato de amônio, lauril éter sulfato de amônio, zero de silicone,  zero de óleo mineral.
Além disso, incorporar os produtos que tenham Ácido cítrico, extrato de plantas, DTA dissódico, D-Panthenol, pró vitamina B5, Aminoácidos, aloe vera, trigo, soja, manteiga de karité, óleos vegetais, glicerina e sorbitol.
Pois é, meninas, cuidar e embelezar os cabelos crespos e/ou cacheados tem que largar a preguiça, ter paciência e aprender a ler a letrinhas pequenas... RS.
O resumo é BÁSICO mesmo, há informações mais completas, basta dar uma zapeada pelo Google e nos canais que mencionei acima, elas são minhas musas inspiradoras e me ajudaram muito com suas postagenes e informações a respeito de cuidado com cabelos.

Desta fase de testes posso falar, muito bem, do Xampu em barra, do óleo de coco, do Alquimista de Chad e do creme de hidratação 72horas da Garnier, foram muito carinhosos com meu cabelo.

É importante lembrar que é fundamental ler as pequenas letrinhas, mesmo com produtos da mesma marca, pois nessas minhas primeiras compras e analisando os produtos que eu já tinha, vi produtos com composição diversas mesmo em uma mesma marca.

Aproveito ainda pra dizer, antes de comprar qualquer produto e alavancar os cuidados com seus fios, é importante saber o que você já tem, analisar a composição dos xampus, condicionadores e máscaras que possui e ver quais se enquadram na rotina que vc escolheu adotar. Ao final, seu bolso irá agradecer.

A rotina propriamente dita:
Há muita informação sobre o cronograma para uma rotina de cuidados para cabelos crespos, existem tabelas e muitas fórmulas, mas antes mesmo de decidir entrar em transição eu já havia enquadrado uma rotina às necessidades do meu cabelo, adequando ao meu tempo e a minha disponibilidade para isso. Afinal, cuidar do cabelo exige paciência, não dá pra lavar e sair.
Passo fundamental: saber que nosso cabelo tem necessidades diversas e que apenas comprar um creme de hidratação não adianta, pois seu cabelo pode estar super hidratado e, ainda assim, fraco e desnutrido. Uma rotina de cuidados deve conter hidratação, nutrição e restauração dos fios.
Nosso cabelo está exposto, assim como nossa pele, a ação do vento, do sol, umidade, aos radicais livres, do cloro na água que usamos, poeira, entre outras coisas. Portanto, tenham sempre essas três referências: hidratação, nutrição e restauração. Os produtos de nutrição e restauração, são mais densos, mais propensos a deixarem os tais resíduos que mencionei acima. Portanto só iremos nutrir ou restaurar uma vez por mês.
Geralmente, os cronogramas que vejo pela internet compõem uma rotina de três lavagens por semana, porém a minha realidade é de duas lavagens por semana, meus fios demoram muito a secar, meu cabelo é mega-cheio e eu não teria disponibilidade emocional para fazer o processo de cuidados três vezes na semana. Então,  eu comecei a rotina da seguinte forma:
Na primeira semana:
·         Meio da semana: Lavo, condiciono e faço hidratação rápida (essas de três minutos)
·         Fim de semana: Lavo, condiciono e faço hidratação profunda
Segunda semana:
·         Meio da semana: Lavo, condiciono e faço hidratação rápida
·         Final de semana: Lavo, uso a máscara de nutrição, condiciono
Terceira semana:
·         Meio da semana: Lavo, condiciono e faço hidratação profunda
·         Final de semana: Lavo, uso a máscara restauradora e condiciono
Quarta semana:      
·         Meio da semana: Lavo, condiciono e faço hidratação rápida
·         Final de semana: Lavo, condiciono e faço hidratação profunda
E assim sucessivamente pelos meses afora...
Eu já vinha nessa rotina há um mês e meio, o que mudou, neste momento foram os produtos que utilizaria para estes cuidados.

Atualmente, a rotina mudou, justamente por experimentar e ler bastante, percebi que meu cabelo precisa muito mais de nutrição do que de hidratação e reconstrução, a hidratação, só se for bem turbinada, sozinha, ela age como condicionador e não faz muito efeito. Já a reconstrução, deixa meus cabelos com efeito meio grosso, eu não gosto parece que o cabelo fica engessado ( eu e minhas metáforas rs). 
Recentemente, ouvi da pessoa que cortou meu cabelo e que é especializada em cabelos crespos que devemos ter cuidado com produtos que prometes repor queratina, que é o caso das reconstruções, pois a queratina é algo que vem d dentro pra fora dos nossos fios e qualquer produto que prometa repor, era ter um efeito meio endurecedor. Isso confirmou minha tese do cabelo engessado.

Portanto agora, a rotina é a seguinte, em uma semana faço a hidratação turbinada nas duas vezes e na semana seguinte nutrição com óleos e manteigas vegetais. Vou alternando essa rotina e é o que mais dá certo.
No próximo post irei falar dos produtos que comprei pra compor essa primeira lista de cuidados e mais adiante minha lista atual.

Beijokaz.

Metamorfoses - história do meu cabelo parte 2

De 2004 até 2007 passei por um processo de mudança, de vida, de trabalho, de religião, de conceitos e com isso, de cabelo. Zerei o cabelo, total, radicalmente e fiquei um ano e sete meses sem usar nenhum tipo de química no cabelo.




2007 - Bemmmmm curtinho















Cuidar do cabelo natural dá trabalho, sabe. Eu adorava o jeito que ele ficava com “twist”, mesmo depois que eu soltava, mas a preguiça, a tendinite e o trabalho todo que me dava cuidar dele, me fizeram voltar pro “super-relaxante”. Era mais cômodo e eu já tinha esquecido minha insatisfação anterior.
2008

Depois de muitos cortes, tinturas sem amônia e muito super-relaxante o cabelo voltou ao mesmo estado de antes e eu insatisfeita. 



2011
Depois de tanta leitura, informação, entendimento da minha identidade racial, religiosa e cultural, de mudar em tantos aspectos, eu andava me sentido presa a um cabelo que não era meu.

Atrelada a um ideal de cachos que não me pertencem. Eu continuo achando cabelos cacheados lindos, mas hoje percebo que tentar ser o que não sou é agressivo, tanto pra mim quanto pro meu cabelo. Me sinto tão mais bonita do que quando não tinha esse pensamento, então por que violentar meu cabelo assim?
Nada contra as químicas existentes e não digo que nuca voltarei a usá-las, pois sou uma mulher de mudanças, mas hoje a química não me contempla. Não traz o resultado estético que loucamente idealizava e ainda agride a estrutura dos meus fios.

Antes de tomar essa decisão já havia mudado a rotina de cuidado com os cabelos, na tentativa e recuperar os fios, deixá-los mais macios, fortes e com brilho. Visitei muitos blogs de outras meninas cacheadas, assisti muitos vídeos no youtube. Comecei a entender o que é “no poo”, “low poo”, fitagem e tantos outros termos, fui tomando coragem aos poucos, até que com o incentivo de algumas amigas e após muita reflexão, resolvi que iria encarar, novamente, a transição!!!


Agora por uma alternativa mais saudável e livre para meu cabelo e pra mim. Por um caminho de reconhecimento de quem é esse parceiro que caminha acima da minha cabeça, como ele se comporta e o que ele encara como melhor opção para sua saúde e beleza. Chega de domar e brigar com meu cabelo. Eu quero que ele seja livre, assim como eu gosto de ser.

Metamorfoses - História do meu cabelo parte 1

Há um anos e três meses atrás usei química no cabelo pela última vez. Eu já havia deixado de usar química anteriormente, por motivos religiosos, mas voltei a ela por pensar que relaxar o cabelo trazia mais facilidade à minha rotina, porém anos passaram, eu mudei e o cabelo parecia um "teto para o meu cérebro" como diz Alice Walker, foi assim que decidi parar de vez, foi um ano e dois meses de muita determinação, vontade de desistir, muita pesquisa, dúvidas. Tempo de me ancorar em pessoas que já tinham passado por isso, conhecer técnicas, idéias, ter musas, me fortalecer e seguir. 

Há doze dias fiz o chamado BC, "big chop" ou Grande Corte. Retirei toda química que restava e, enfim, meu cérebro está livre para tomar o mesmo rumo que meus cabelos, que naturalmente crescem pro alto.

Vou contar essa história...

Eu e meu cabelo já passamos por muitas fases. Desde sempre me reconheço como uma pessoa a favor das mudanças. Esse movimento de construir e reconstruir nunca foi novidade pra mim, é algo que prezo e gosto. Assim é meu cabelo.
Até os 12 anos de idade eu nunca havia cortado meu cabelo, depois do primeiro picote, meu primeiro momento de liberdade, eu usava tranças eternas e meu apelido na escola era Rapunzel, imagina...
Estava cansada daquele visual, depois de um ano de convencimento, minha mãe permitiu que eu usasse química no cabelo. Eu sempre sonhei com cabelos cacheados, meu cabelo natural na minha visão da época, não tinha definição, era volumoso demais e não me permitia usá-lo solto. Efeitos do racismo, da falta de informação e da falta de produtos adequados para meus fios. Estamos falando dos anos 90, meninas!!!
Pois bem, a partir da permissão fomos buscar informações, na verdade “desinformações”, afirmaram que pó conta da textura do meu cabelo eu não poderia fazer permanente, que a química do produto não domaria meus fios, assim comecei o martírio do alisamento. Eu queria muito deixar meus cabelos ao vento, ainda não tinha leitura, nem muita informação sobre produtos e a discriminação, que na época nem eu sabia que sofria, gritava em todo salão que eu ia.
Usei alisamento por uns dois anos, o cabelo ficava liso e chapado, mas depois vinha o inconveniente da raiz que crescia depressa demais, obrigando-me a voltar antes do esperado ao salão e agredir meu couro cabeludo que sempre foi sensível.
Aos 15 anos descobri uma cabeleireira que afirmou que eu poderia usar permanente sim e eu fiquei super feliz, porque teria meus cachos sem precisar enrolar “bobs” ou fazer coquinhos. Foi minha primeira transição... como meu cabelo sempre teve bom crescimento, foram só seis meses até cortar e fazer o tal “permanente afro”. Resultado: cachinhos maravilhosos, eu amando, mesmo tendo que enfrentar aquele cheiro insuportável da química que ficava no cabelo por quase uma semana. Mas havia o mesmo problema, o tratamento era de 3 em 3 meses, a raiz crescia rápido e fiava meio desigual. Do permanente afro ao permanente americano, a transição não foi dolorosa, o cheiro da química não era tão ruim, mas era muito caro.  Outro incômodo era que meu cabelo foi ficando fraco, porque a química de ambos os permanentes eram utilizados em todo o fio, o cabelo começou a sofrer com quedas.
Até que dois anos depois de começar a usar permanente, começou uma moda de “super-relaxante”, a química era utilizada apenas na raiz, os cabelos das outras meninas ficavam lindos e esvoaçantes, decidi mudar.
Foi bem difícil, foram sete meses de transição, eu estava no primeiro ano da faculdade e me sentia péssima, mas depois da primeira aplicação o mundo se abriu, foi como ver a luz.
Porém aí está uma questão que nem sempre pensamos, será que a estrutura do meu fio é adequado para aquele tipo de química? Das primeiras vezes, o resultado foi ótimo, mas ao longo dos anos o cabelo não enrolava mais como antes, as pontas iam ficando “espigadas”, meu cabelo não é e nunca foi cacheado, então ele não formava cachos, ficava frisado, chapado, algo não-natural, mas continuei usando a química, porque de todas que conhecia, era a que menos danificava meu cabelo. Com exceção de um pequeno detalhe: pele e couro cabeludo extremamente sensíveis.
A cada visita ao salão, o que acontecia com a peridiocidade de um mês e meio, eu sofria. O produto nem sempre ficava tempo suficiente para “agir” nos fios e era uma loteria, às vezes ficava ótimo, às vezes nem tanto. E assim foram 10 anos. Eu já estava insatisfeita, até que...

Continua...

Cabelo Livre e Vida de Pretricinha

Oi gente!!!

Antes de tudo quero dizer que estou bem feliz. fiquei muito reticente ao decidir se criava ou não mais um blog sobre cabelos crespos e beleza em geral. Eu já tenho outro blog (Senhora do pôr do sol) em que escrevo sobre muito do que vai nessa minha cabecinha, mas nunca pensei em escrever sobre algo que também está nessa cabeça: o cabelo.

São tantos os blogs, tantas meninas maravilhosas que escrevem e que me inspiraram tanto na minha trajetória de transição até ter o cabelo que combinava comigo. Tantas com tantas informações de qualidade, muito mais que eu, que só agora estou começando nessa seara. Mas pensei bem e decidi escrever, porque as experiências de transição são muito particulares e a minha pode ser mais uma história para compartilhar e incentivar ouras, além do blog ser mais uma oportunidade para eu aprender com ler e comentar sobre meu cabelo e sobre a as necessidades de uma mulher preta que gosta de maquiagem, viagens e de muito mais.

O título deste blog é "Cabelo Livre e Vida de Pretricinha". Pretricinha é o nome carinhoso que um amigo meu, o Wellington, na época da faculdade chamava a mim e a duas outras amigas minhas: Sílvia e Janaína. Nós andávamos sempre juntas, dividíamos apartamento, organizávamos as "afro fest" paa reunir os amigos ou apenas para nós mesmas e cada uma no seu estilo, mas sempre com estilo (rs olha eu 'me sentindo, A estYlosa!' hahahahaha). Eu sempre gostei desse nome e como o objetivo do blog é falar não só da transição, trocar receitinhas para o cabelo, falar de nossas experiências, mas também compartilhar outras notícias sobre beleza, comportamento, viagens e afins, encontrei o momento de usar esse apelido de um tempo que guardo tanto carinho. Então, valeu Wellington, vale Sílvinha e Janaína, agora nosso nome é imortal! (beijo no ombro rs)

Sintam-se todas bem vindas e vamos trocar idéias, compartilhar experiências e aprender juntas!!!