segunda-feira, 8 de junho de 2015

Encrespa RJ 2015

Encrespa Geral RJ 2015 - Uma tarde maravilhosa!
Foi minha primeira vez no Encrespa Geral e eu tinha muitas expectativas. Tenho quase um ano de crespa e a minha transição durou toda minha vida e ainda está em curso, foram muitos os processos pelos que passei, assim como toda crespx. Estar num espaço com pessoas de todas as cores mas, principalmente e majoritariamente, negras, fazendo desse espaço e desse dia um momento de valorização de compartilhamento de seus saberes e fazeres. Nos reconhecermos no outro e na outra, admirar cabelos lindos, inspirar-se, olhar pra aquelas pessoas que a gente só lê nas redes sociais ou assiste nos canais do youTube, foi muito bom.
O Encrespa Geral, não é só cabelo. É mais do que cabelo! É auto-estima, é luta contra o racismo, é afroempreendedor, é subversão e questionamento de padrões pré estabelecidos. É mais do que “botar a cara no sol”, é trazer o sol pra nossa cara, pra nossa gente, ou seja, é dar visibilidade a pessoas, cenas, questões que vivem embaixo do tapete.
Eu cheguei ao final das falas, mas ver ali a MC Kabela, de quem espero ansiosamente pelo filme, assistir “Na ponta dos pés”, ver o desfile da Lulu e Lili, ouvir a Contação de história tematizando a África, seus Baobás, o Banzo, nossa formação cultural, ouvir Black music... Nossa!!! Uma explosão cultural diversa de criações dessa população que vive à margem, mas vive, é e estava ali representada. Lindo de se ver, lindo de viver!
Passear pelas araras de roupas, acessórios, produtos para os cabelos, pro corpo, cosméticos, maquiagem, ver a trançaterapia, tudo cheio de cores, formas, encrespados, dredados, trançados ou em transição. Tudo nosso, tudo milimetricamente pensado para nos sentirmos em casa, acolhidxs, representadxs.
Esse é um evento que deve entrar pros nossos calendários, pra nossa vida, porque ver e fazer esse movimento crescer é vital para termos peso, voz e ver de lutar pelo que queremos. Respeito para nossos cabelos, para nossas formas e curvas, para as nossas cores e todas as nossas expressões de ser negras e negros.
Eu sou introvertida, fico na minha e observo tudo, não tinha companhia, mas decidi ir e foi o melhor que fiz. Encontrei pessoas queridas, conheci outras, tirei fotos, vi, ouvi, senti. Ao contrário de muitos lugares onde mesmo com mil pessoas, me sinto sozinha. Lá eu estava só e me senti parte.
Foi lindo  e espero com esse relato que muitas outras pessoas possa experimentar essa sensação no próximo ano e, portanto, não poderia deixar de agradecer às organizadoras do evento, Bruna de Paula, Bruna Rodrigues , Maria Elizabeth Melo , Marília Gabriela Souza e Rosangela Jose da Silva.
Até o próximo!

Beijos da Pretricinha.


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