Encrespa Geral RJ 2015 - Uma tarde maravilhosa!
Foi minha primeira vez no Encrespa Geral e eu tinha muitas
expectativas. Tenho quase um ano de crespa e a minha transição durou toda minha
vida e ainda está em curso, foram muitos os processos pelos que passei, assim
como toda crespx. Estar num espaço com pessoas de todas as cores mas,
principalmente e majoritariamente, negras, fazendo desse espaço e desse dia um
momento de valorização de compartilhamento de seus saberes e fazeres. Nos reconhecermos
no outro e na outra, admirar cabelos lindos, inspirar-se, olhar pra aquelas
pessoas que a gente só lê nas redes sociais ou assiste nos canais do youTube,
foi muito bom.
O Encrespa Geral, não é só cabelo. É mais do que cabelo! É
auto-estima, é luta contra o racismo, é afroempreendedor, é subversão e
questionamento de padrões pré estabelecidos. É mais do que “botar a cara no sol”,
é trazer o sol pra nossa cara, pra nossa gente, ou seja, é dar visibilidade a
pessoas, cenas, questões que vivem embaixo do tapete.
Eu cheguei ao final das falas, mas ver ali a MC Kabela, de
quem espero ansiosamente pelo filme, assistir “Na ponta dos pés”, ver o desfile
da Lulu e Lili, ouvir a Contação de história tematizando a África, seus Baobás,
o Banzo, nossa formação cultural, ouvir Black music... Nossa!!! Uma explosão
cultural diversa de criações dessa população que vive à margem, mas vive, é e
estava ali representada. Lindo de se ver, lindo de viver!
Passear pelas araras de roupas, acessórios, produtos para os
cabelos, pro corpo, cosméticos, maquiagem, ver a trançaterapia, tudo cheio de
cores, formas, encrespados, dredados, trançados ou em transição. Tudo nosso,
tudo milimetricamente pensado para nos sentirmos em casa, acolhidxs,
representadxs.
Esse é um evento que deve entrar pros nossos calendários,
pra nossa vida, porque ver e fazer esse movimento crescer é vital para termos
peso, voz e ver de lutar pelo que queremos. Respeito para nossos cabelos, para
nossas formas e curvas, para as nossas cores e todas as nossas expressões de
ser negras e negros.
Eu sou introvertida, fico na minha e observo tudo, não tinha
companhia, mas decidi ir e foi o melhor que fiz. Encontrei pessoas queridas,
conheci outras, tirei fotos, vi, ouvi, senti. Ao contrário de muitos lugares
onde mesmo com mil pessoas, me sinto sozinha. Lá eu estava só e me senti parte.
Foi lindo e espero com
esse relato que muitas outras pessoas possa experimentar essa sensação no
próximo ano e, portanto, não poderia deixar de agradecer às organizadoras do
evento, Bruna de
Paula, Bruna Rodrigues , Maria Elizabeth Melo , Marília Gabriela Souza e
Rosangela Jose da Silva.
Até
o próximo!
Beijos
da Pretricinha.
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